A indutora de sonhos
- L. G. Lopes
- 26 de abr.
- 1 min de leitura
Em sua mão havia uma pílula, duvidosa, capaz de fazer sonhar desejos como se fossem reais. Nunca se sentiu confortável com turbulências e assentos apertados, pensou, e engoliu de olhos fechados.
Acordou sob uma coberta quente, em uma cama extensa com vista panorâmica do nascer do sol sobre as nuvens. O espaço exclusivo oferecia música ambiente, banheira de hidromassagem, jogos eletrônicos, biblioteca, um cachorrinho companheiro, uma poltrona de cinema e um banquete variado, capaz de alimentar uma pessoa por um mês. Após horas tranquilas, um aviso informou que passariam por uma área de turbulência. Prontamente uma pessoa adentrou o espaço e lhe ofereceu um abraço calmante. Em seguida, lhe cobriu com um lençol, beijou sua testa e contou uma história para dormir. Sentiu estar em um balanço suave.
Minutos depois, um forte impacto chacoalhou seu coração e arrancou a paz e seu sonho.
Pousaram.
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